domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Magia "Debaixo da Rocha"

Foto Editada por Maria da Rosa
        Há uma fase da nossa vida que somos mágicos. Fazemos com que tudo aconteça... É a parte da nossa vida que somos autênticos, puros, inocentes... A partir daí, o mundo começa a ensinar-nos a colocar máscaras, a olharmos o espelho e a não gostarmos da nossa imagem. Ensina a preocuparmo-nos demasiadamente com ela. Passamos a preocuparmo-nos mais com o que os outros pensam de nós... Por vezes, enfiamos tantas máscaras que ficamos irreconhecíveis... mas lá no fundo, lá "prós" lados das aurículas e dos ventrículos habita aquela criança mágica de sempre. Esta magia de criança (poder por exemplo um dia transformar-se num aviador e sobrevoar o "Gran Canyon", ou no dia seguinte ser um médico e salvar a vida de alguém), tornam mágicos muito lugares, muitos dos sítios onde vivemos na primeira década de vida. Esses lugares tornam-se eternos na nossa memória (quem sabe até na memória genética?).
        Hoje falo de um desses lugares mágicos. Na realidade, acho que a magia de um lugar está sempre associada a alguém que partilhou esse bocadinho de mundo connosco. Agora fico confuso... será o lugar que é mágico, ou serão as pessoas que o tornam mágico! Se calhar, a beleza está dentro de nós e precisamos de alguém que nos ame e nos ache belos, para que possamos ver a nossa beleza refletida nos olhos dessa pessoa. Encontrada nossa beleza interior, a probabilidade de um lugar se tornar mágico é maior... Será???
        Enfim... já estou a dispersar... hoje falo da magia de "Debaixo da Rocha". Um lugar sem placa de identificação, um lugar que não vem o nome no mapa, um lugar que muitos desconhecem e que, para mim, é um lugar com muita história e muitas estórias... sobretudo para a minha família. Localiza-se na costa e faz fronteira entre as freguesias das Bandeiras e da Madalena, na Ilha do Pico (Açores), entre as costas do Cais de Mourato e a Formosinha. Geologicamente, para quem não sabe, é uma das zonas mais antigas da Ilha, ao contrário de toda a parte noroeste da Ilha. Conhecia todas aquelas pedrinhas desde a "Poça do Pojeiros" (onde minha avó Conceição aprendeu a nadar) até ao "Pico da Garça". Digo conhecia... porque um dia, aquando da construção da doca da Madalena (devia ter uns 12/13 anos), camiões irromperam costa dentro e limparam todos os seixos e "areúsco" (areão) que o mar demorou séculos a construir. Perdera a minha praia... Não havia, na Costa do Pico, tal extensão de "areúsco"... Destruição e desolação... Quando lá cheguei e vi aquela costa desnudada, apenas com cacos de basalto... chorei... pois acabara-se parte daquele pedacinho de céu e parte da história de uma família... Demorarão séculos até o mar voltar a reconstruir o que foi destruído!
         Peço desculpa a todos... porque hoje penso que me vou alongar... tenho tanto para dizer...
         Conheci o lugar, pela primeira vez, quando tinha 3 anos, numa visita de verão que meus pais fizeram ao Pico, quando vivíamos nos Estados Unidos. Na realidade, tive a sensação de que já havia estado naquele sítio (por isso é que acho que já estava gravado na minha memória genética). Lembro-me perfeitamente de meu tio Pedro "Alferes" (tio avô), colocar umas cordas nos tirantes daquela casa de pedra agrícola secular (hoje em ruína), pertencente à família dos Alferes (alcunha da família do meu bisavô paterno e seus filhos) e, com uma tábua, fazer um baloiço, sentar-se comigo nele e...  fazermos uma viagem em alto mar. Só quem o conheceu, sabe que com a sua alegria, conseguia transformar em magia todos os pedacinhos de mundo que partilhava. Sabem... penso que meu tio Pedro, era daqueles que nunca colocou máscaras ... aquele sorriso era puro e refletia o que lhe ia seu coração... Lembro-me de irmos, com meu pai e meu tio Pedro, às moreias "de buraco", uma pesca onde se engoda com restos de peixe, com a maré baixa, as moreias seguem o odor e lá estamos com um "bucheiro" ("tenaz" para quem não sabe usar "bucheiro") à espera de as apanhar. Entre moreias pintadas, moreões e moreias pretas... era uma linda pesca... O verão de 1974, foi determinante para estruturar a minha memória de vida... Se não tivesse vindo ao Pico nesse ano... provavelmente as minhas memórias de infância até aos 5 anos estariam diluídas numa vida rotineira vivida sempre no mesmo lugar... Não sei....
        A partir de 1977, ano que meus pais regressaram definitivamente para os Açores, a magia daquele lugar continuou a fazer parte da minha vida. Aquela costa ganhava ainda mais vida e magia com o período da baixa mar. Aquelas poças formadas pela maré baixa explodiam de vida. Búzios e conchas de todas as cores,  conchas de lapa burra, caranguejos casa alugada, estrelas do mar vermelhas, ouriços do mar e suas carcaças de cores que variavam entre o violeta e o cor de rosa, moreias à espreita, badejos, rainhas, peixe rei ... uma lista infindável de vida e cor. Adorava ir com meu pai aos polvos... Lá ia ele com uma "ingaça" (cana de bambu com um pedaço de peixe seco na ponta) de buraco em buraco, à espera de chamar a atenção de algum polvo que estivesse escondido. Tímidos... lançavam lentamente raio após raio para segurar aquele bocado de peixe... De "bucheiro" em punho, meu pai lá o retirava de água ... e já sonhávamos com aquele polvo que minha mãe iria cozinhar.
         Outro momento de magia era a altura de "correr o baixio", algo que meu pai fizera desde a sua infância. Quando os ventos estavam de noroeste e com a maré baixa, corríamos toda aquela costa à procura de "tesouros que tivessem encalhado". Por ser um extenso baixio, mar fora, e devido às correntes, é um ponto onde o Mar devolve a Terra tudo o que foi perdido ou deixado à deriva. Boías, cabos, bocados de madeira, garrafas de várias formas e feitios... tudo eram tesouros, tudo era útil... Por vezes vinham carregados de "buzano", sinais de que haviam passado meses à deriva. Em nossa casa, as cordas que tínhamos vinham quase todas daquele baixio! Infelizmente, à medida que o tempo foi passando, os tesouros foram dando lugar a lixo... muito lixo... Sinais do consumismo e do desrespeito pela Natureza...
        Naquela costa muitos barcos deram à costa... muitas eram as histórias que meu pai contava (e que os antepassados já lhe haviam contado)... de embarcações e corsários que lá encalharam. Ainda existem vestígios, quando encontramos rochas graníticas e de calcário entre os seixos. Serviam de lastro para essas embarcações... Os antigos, muitas vezes procuravam esse lastro para encontrar sílex, para poderem produzir umas faíscas que servissem de ignição para formar fogo.
        Foi nesta costa que me iniciei à caça submarina. Enquanto meu pai fazia caça submarina com meu primo Manuel do Canadá, fiquei numa poça na "Pico da Garça", com uma pequena arma tridente a apanhar uns badejos... Foi também aqui que fiz o meu primeiro mergulho noturno (meia noite), numa noite de trovoada (inconsciência da juventude).
        No início dos anos 80, meu avô, que regressara recentemente dos Estados Unidos, recuperou a sua vinha de "Debaixo da Rocha". Conseguíamos ver o amor que nutria pela terra e pelo que ela lhe dava, em cada planta que trabalhava, em cada "curral" e em cada "canada" trabalhada. Meu avô sempre foi um Homem da Terra. No Pico há os da Terra e os do Mar. Há quem ame mais o que a terra lhes dá, há quem ame mais o que mar lhes dá... Meu pai conta, que em pequenino, esperava ansiosamente pelo fim de um dia de trabalho, para correr até ao mar "Debaixo da Rocha" para pescar ou "correr o baixio". Meu pai, ao contrário de meu avô, sempre foi um Homem do Mar. Meu avô nunca foi muito dessas coisas... até ao dia que decidiu se reformar... Queria muito descansar um pouco de uma vida de trabalho, juntar os filhos... Escolheu "Debaixo da Rocha" para o fazer. Construiu na sua vinha uma pequena adega com cerca de 15 metros quadrados, com todas as condições para lá dormir (não havia energia elétrica). Decidiu que estava na hora de amar o Mar também... queria muito conhecer o prazer daqueles que o amavam. Meu pai ensinou-o a pescar... a pescar às "vejas" (espécie de peixe - na Madeira chamam bodião). Aparelhou-lhe uma cana de bambu (grande e forte cana com cerca de 6 metros)... ensinou-o a estorvar (empatar) um anzol... ensinou-o a fazer as chumbadas... ensinou-o meia dúzia de nós e voltas...
       Junto com a minha avó Conceição (a melhor contadora de histórias que conheci), lá iam no seu Datsun, passar uns dias a "Debaixo da Rocha". Viviam tão felizes... Passei muitas noites e dias com eles, naquela pequena casinha à luz de petróleo (houve uma altura que colocou uma bateria com uma lâmpada de 12 volts). Acabaram de encontrar o seu paraíso e tornaram-no no meu! Chapéu de palha, cana às costas e uma saca para apanhar caranguejo para isco. Lá ía meu avô às "vejas". Quando eu não estava, minha avó sempre o acompanhava. Quando eu estava, saíamos logo de manhã, enquanto minha avó preparava o almoço, aquele almoço de sabor intenso (adorava a pimenta jamaica que ela utilizava).
        Nunca mais me esqueço de uma dessas manhãs... fomos até à "Pedra do L'este". Disse-me: "Fica aqui sentadinho enquanto o avô apanha umas "moiras"" (caranguejo para isco). Ao meu lado deixou a cana. De repente, vi duas "vejas" vermelhas e uma "veja" parda enormes, ali mesmo à beirinha. Corri para meu avó a gritar... "Avô, avô... elas estão lá...!". Ele, nas calmas, partiu duas "moiras" a meio e deu-me para isco... O meu corpo encheu-se de adrenalina e emoção. Por um lado estava em êxtase, por outro estava apavorado, pois eu não tinha força para segurar aquela enorme cana e muito menos para trancar e puxar uma daquelas "vejas"... As "vejas" estavam ali mesmo à beirinha... coloquei os pés em dois bicos de pedra e resolvi não pegar na cana e lançar apenas o fio com o isco. Uma das "vejas" (vermelha) veio logo... dei uma "aferrada" e de repente aquele fio começou a "zunir" naquela água. Só ouvia meu avô gritar: ""Alguenta", Caim! "Alguenta" Caim!" (Expressão daquela parte da Ilha que significa "Aguenta" e Caim é uma forma de expurga de males, pois foi o "gajo" que matou seu irmão Abel). Não me veio ajudar... Com o fio a cortar os meus tenros dedos, lá consegui puxar aquela "sacrista". Mais duas, iscas, a mesma técnica... e acabei por apanhar as três "vejas" que deviam estar famintas e desejosas por uma "moira"! Foram as primeira "vejas" que pesquei na vida... Penso que meu avô, quando deixou lá a cana e me mandou ficar sentadinho, já tinha visto o filme todo... Ele quase de certeza que já tinha visto as "vejas"... Foi uma forma de me provocar... "Ele nem me veio ajudar", pensava eu... Passou todo aquele tempo a rir (adorava brincar e pregar umas partidinhas) e com a história do "alguenta"!!! Só sei que ele transformou em magia aquele meu bocadinho de vida!
        Outro dia, enquanto apanhávamos "moiras", vi um moreão enorme a espreitar de um buraco... Disse ao meu avô que se tivesse um "bucheiro" podíamos apanhá-lo. Meu avô perguntou-me: "Queres que o avô o apanhe?" Claro que queria... ainda pensei que ele tivesse outra técnica que eu não conhecesse... Meu avô foi das pessoas mais persistentes e teimosas que conheci... Decidiu meter a mão no buraco e agarrar no "moreão". Logo da primeira vez o "moreão" rasgara-lhe a pele da mão direita... estando toda ensanguentada. Disse-lhe que o "moreão" não interessava... pedi-lhe que desistisse da ideia... Ele ficou furioso com aquele "moreão"... Meteu pela 2ª vez a mão no buraco, e não sei como... agarrou-o e tirou-o... Deu-lhe tanta paulada com um pau que tinha encalhado... A verdade é que o "moreão" não se safou e lá foi apara a frigideira quando chegámos à adega.
         Para além da pesca... comungar daquela felicidade em que meus avós viviam era das coisas mais belas que podia fazer.  Minha avó tinha muita paciência para me aturar. Lembro-me um dia, arranjar uma câmara de ar enorme e uma tábuas para fazer uma jangada. Minha avó acompanhou-me até ao "Portinho" (sítio sem qualquer porto, mas que faz uma pequena enseada). Lancei aquela embarcação ao mar. Acho que passei mais tempo debaixo de água, do que em cima daquela barcaça... pois estava apenas nos testes de flutuabilidade. Minha avó não parava de dizer para eu desistir, que ainda me ia magoar... mas acho que herdei de meu avô a teimosia e a persistência. Naquele dia... apenas tive o prazer de navegar por momentos de breves segundos... Para mim já era uma vitória...
        Quando chegávamos à noite, outro momento de magia... A melhor contadora de histórias, minha avó, deliciava o meu imaginário com histórias fantástica e com uma moral... Adorava a história do "Touro Azul"... Pedia que ela as repetisse, pois apesar de já as conhecer... cada vez que as voltava a ouvir, era como se fosse a primeira, graças a este dom da minha querida avó.
        Meus avós viveram estes momentos mágicos da pós-reforma apenas durante um par de anos. Ninguém consegue imaginar a felicidade dos meus queridos avós... No Verão de 1984 foram a Nova Iorque visitar os queridos netos e filhos que lá viviam... Sem ninguém esperar... o coração de meu avô não quis que ele continuasse a viver este sonho. Nunca mais me esqueço dessa noite de agosto... Estava eu na adega dos Arcos a dormir, quando meu padrinho nos veio dar a notícia... Foi uma dor imensa, não apenas por mim... mas por toda a família que acabara de perder aquela pessoa que dedicara uma vida de amor a todos nós...
        "Debaixo da Rocha", nunca mais foi o mesma... perdera grande parte da sua magia (por isso é que eu digo que a magia está nas pessoas e não no lugar). Continuamos a ir pescar... continuamos a ir aos polvos... continuamos a ir "correr o baixio"... mas "Debaixo da Rocha" nunca mais foi o mesmo, sem aquele senhor de chapéu de palha com a cana de "vejas" às costas...
        Hoje... quando lá vou... cada pedra que ainda persiste tem uma memória... é como ir a um templo ou a um lugar sagrado, só que aquele templo... foi a família dos "Alferes" que o construiu!

13 comentários:

  1. Rui tu fizeste me chorar! Foi lindo! Um conto mesmo lindo! Disses que a Avó Conceição era a melhor contadora de histórias que conhecestes, pois saiste a ela, porque agora és tu. Sabes tão bem cativar o leitor! És um grande escritor e um excelente contador de história. Ainda vais escrever um "Best Seller"!!! Eu vou imprimir isto e ler para tua avó, ela vai adorar! Beijos

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    1. Daqui desta fria terra os meus parabéns, Adorei ler,foi como um regresso ao passado muito presente apesar das mudancas. Bem haja! Zé Garcia Dinamarca

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    2. Querida Tia, Enquanto escrevia também chorei... Tudo e todos são eternos... cabe a nós mantê-los vivos... É apenas isso...

      Abraço para todos e um muito especial para a avó Conceição.

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    3. Sr. José Garcia... É uma alegria imensa saber que existe alguém nesse cantinho frio da Europa que guarda memórias daquele cantinho do Céu.
      Abraço.

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  2. Elisabete Garcia Ávila05 fevereiro, 2012

    Lindo momento de magia Rui...mais uma vez, parabéns pela fantástica partilha. :)

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    1. Obrigado Elisabete por deixares a magia entrar em tua morada.

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    2. Elisabete Garcia Ávila06 fevereiro, 2012

      Gosto de ler as tuas histórias, são a coragem e o saber de contar uma vida com vida... as palavras são mudas mas consegues dar-lhes vida.

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    3. Elisabete Garcia Ávila06 fevereiro, 2012

      Acho que está citação foi escrita para pessoas como tu Rui. ;) Tudo de bom

      "Todos sabem fazer história - mas só os grandes sabem escrevê-la."
      ( Oscar Wilde )

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    4. "As palavras são mudas"... de nada serviria eu tentar dar-lhes vida, se ninguém tivesse coração para as ouvir...

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  3. Maria F. Pereira05 fevereiro, 2012

    Rui, todas as palavras que li da tua magia de baixo da rocha parecia estar vendo isso tudo! Foi lindo! Todos nós temos estórias debaixo da rocha e nesse portinho que la havia nao ha vez que passe la nao me lembre de meus tios e o meu querido Pai. Continua escrevendo porque tens muitos leitores/ras sou uma delas adoro estas estórias!!bjs

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    1. Prima Maria de Fátima... Penso que não há nenhum descendente dos Alferes que não tenha passado por Debaixo da Rocha que não tenha sentido a magia... Muitas saudades do Tio João e do seu botequim no Cabeço Chão. Abraço.

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  4. Voltei a ler todo o teu texto novamente, e teve o mesmo impacto como da primeira vez. As lágrimas correm mas meu coração está feliz, feliz por saber que tens toda a razão ... "Tudo e todos são eternos... cabe a nós mantê-los vivos." , tal com tu disseste.
    Avó Conceição já partiu desde do tempo que escreveste este texto, e hoje faz 2 anos que teu tio Fernando também partiu, mas sabemos bem que eles estão sempre cá dentro, nos nossos corações. "A magia está nas pessoas", grande verdade! Fomos uns sortudos de ter uma família assim maravilhosa. <3

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