O meu BI diz que nasci a 19 de junho de 1971... Na verdade, tenho andado por cá desde os primórdios do ser Humano (ler http://serounaoserverdade.blogspot.pt/2011/12/memoria-genetica-apenas-existe-morte.html) ... Sou apenas mais uma manifestação física de muitas características que cunharam a hereditariedade de uma Grande Família, contudo, tal como todos os "Eu"(s) que nos deram origem, somos sempre seres únicos!
Alguém acendeu a chama de um Farol há muitos milénios atrás e os meus antepassados passaram o testemunho de geração em geração para manter aquele Farol a iluminar as gerações vindouras... Agora cabe-me a mim ser Faroleiro... Cabe-me a mim ensinar a arte de marear às minhas filhas para partirem, aos poucos, à conquista do "Mar Alto", em viagens cada vez mais longas, até ao dia daquela Grande Viagem da vida delas...
Alguém acendeu a chama de um Farol há muitos milénios atrás e os meus antepassados passaram o testemunho de geração em geração para manter aquele Farol a iluminar as gerações vindouras... Agora cabe-me a mim ser Faroleiro... Cabe-me a mim ensinar a arte de marear às minhas filhas para partirem, aos poucos, à conquista do "Mar Alto", em viagens cada vez mais longas, até ao dia daquela Grande Viagem da vida delas...
Penso e sinto que a essência e o nosso grande desafio de Vida é criar todas as condições para que os nossos filhos sejam felizes, que tenham uma vida melhor do que a nossa e que um dia mantenham o Nosso Farol aceso! Quando digo Nosso, é porque aquele Farol não me pertence... Eu estou apenas de passagem... Olho para os meus cabelos brancos que não param de aparecer e vejo o tempo a fugir... Tudo está a passar depressa demais... Penso que cheguei à grande encruzilhada da minha vida... Por um lado tenho de manter a Chama Acesa daquele Farol para iluminar as minhas filhas... Por outro quero muito abraçar os meus queridos pais e tocar aquelas lindas notas da Música da Vida,..
Hoje tive a necessidade de rever o pequeno filme "O Farol" de Po Chou Chi... Até há muito poucos anos desconhecia-o, contudo desde pequenino é como que... se a minha mente o rebobinasse e colocasse em modo "play", sobretudo à noite quando me deito... Sempre que o meu querido Pai e a minha Querida Mãe me colocavam naquele pequeno barquinho, para mais uma pequena incursão pelo Mar da Vida, e olhava a luz daquele Farol para me guiar, sentia-me feliz, mas com o sentimento que caminhava para aquela encruzilhada que todos passam por ela (se tiverem a sorte de viver uma vida inteira). Desde o me ensinarem a caminhar... Aquele clarão era aquele AMOR incondicional do meu Querido Pai e da minha Querida Mãe e de todos os meus Antepassados... Fui crescendo e as viagens a crescer comigo...
1991... De repente vejo-me no "Cruzeiro do Canal" no Porto de Embarque da Madalena do Pico a caminho do Faial, para apanhar um voo e ir estudar para Lisboa... Manter a chama do Farol acesa é partir... Eu não queria, mas a lei da vida assim o obrigava! Meti os meus óculos de sol, deixei as lágrimas saírem... À saída da doca acenava as meus queridos pais e irmã e eles acenavam-me de volta. A dor da partida era enorme, ao vê-los ficar pequeninos pela distância. Tantas outras partidas a reviver aquele momento de dor... Só me recordo de uma bela frase de meu Pai quando terminei o curso "Doeu, mas Valeu!". Por vezes fico na dúvida, mas sei que aquela Chama do Nosso Farol ficou mais Forte e continuo com o seu testemunho, com a minha querida esposa e queridas filhas!
Hoje, continuo a ter de partir... São as partidas e chegadas da encruzilhada da Vida! A Vida não nos confere tudo aquilo que desejamos. Na Verdade Ela ensinou-me a ver e a estar grato por tudo o que Ela me deu! São as coisas que tenho! Os janeiros ensinaram-me a não ver nem pensar nas coisas que não tenho! Nesta minha encruzilhada de vida o que realmente conta é a chama deste Lindo Farol que nos une... É esta chama que me guiará na encruzilhada! "Todos nós somos ilhas. A amizade (e o AMOR) é o Mar que nos une"! (Natália Correia).
As lágrimas estão correndo com as tuas verdades.... Eu também aprendi a consolar me com o que tenho... A luz do farol é preciosa.
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