quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Meu Pai Natal

       Natal... Noite mágica! Noite da Família ... noite de coisas boas que nos enchem a alma! Até aos meus 11 anos sempre acreditei no Pai Natal. Meus pais conseguiram manter essa magia, arranjando mil e uma artimanhas para tudo parecer real. Lá vêm alguns teóricos dizer que não se faz isso às crianças... tretas e mais tretas... Ser criança é isso mesmo... é viver num mundo da magia, do sonho, da inocência e da fantasia, onde o Mundo real passa todo ao lado. E... ainda bem que assim é ... a brincar é que uma criança descobre e experimenta, para um dia poder transformar o seu Mundo, o Mundo real! Poderão experimentar mil e uma profissões, poderão ser aviadores, poderão conduzir um ferrari ... tudo é possível em criança! Seria tão bom que todas as crianças tivessem a oportunidade de ser crianças e de não se tornarem adultas tão cedo!
        Hoje, com muita saudade, recordo o meu Pai Natal... Este ano é o meu primeiro Natal sem ter a sua presença física no nosso Mundo, a presença do meu  querido Pai Natal. Todos os anos, e enquanto o Alzheimer não se apoderou do seu cérebro, vestia aquele fato (feito por ela) e se disfarçava num Pai Natal real. Umas grandes barbas brancas, botas e cinto largo preto, barrigudo, óculos de sol, um guizo que tocava incessantemente, e aquele Oh! Oh! Oh!, eram os únicos vocábulos de alguém que vinha  de muito longe, com outra língua, mas deixava transparecer, naquelas rosadas maçãs do rosto, uma alegria imensa! Vinha todos os anos deliciar e encantar o Natal dos seus netinhos.
        Todos que a conheceram, tinham-lhe um grande carinho. A vida nunca lhe foi fácil... Ficou viúva com duas filhas menores (uma com 1 ano de idade). Com muitas terras e gado para tratar, tudo fez para que nada faltasse às suas filhas! Sozinha, enfrentou a vida sempre com aquele sorriso! Não havia alma que passasse a sua casa ou adega, que não entrasse para ser brindado com angelica (bebida tradicional do Pico) ou um dos seus licores. Amiga de todos e um coração que extravasava em muito o seu corpo! Mesmo depois de eu descobrir quem era o meu Pai Natal, para mim era sempre aquele Pai Natal misterioso que para além daquelas prendas (que raramente sabia para quem eram, provavelmente pelo efeito do Alzheimer ), enchia toda a casa com o seu Amor.
        O meu Pai Natal é, nada mais nada menos, que a minha querida Avó Luzia (Luzia Menezes de Lima), conhecida pela Luzia do Urbano! Partiu no dia 18 de Maio de 2011. Apenas deixamos de ter presente o seu lindo rosto... pois ela vive todos os dias nas minhas filhas, vejo-a na minha mãe, sinto-a em mim! Uma saudade imensa ... mas, uma coisa é certa: Avó, serás sempre o Meu Pai Natal, serás sempre o Pai Natal dos teus netos e  bisnetos... e estarás sempre presente nas nossas vidas enquanto o Natal existir! Um Feliz Natal a Todos!

NATAL 1976 (Yonkers, Nova Iorque)
Fotos Editadas e Oferecidas por Maria da Rosa (Tia Sãozinha)
        

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A Transição: do "Tudo" ao "Nada"




        Nasci em 1971 na cidade de Yonkers, cerca de 15 Kms a Norte de Manhattan, Nova Iorque. Filho de pais açorianos, vim para os Açores, com seis anos, para iniciar os meus estudos de 1º Ciclo cá em Portugal. Meus pais, com 26 e 24 anos, traziam um punhado de trocos e a esperança de uma vida melhor para mim e para minha irmã (com 1 ano). 1977, Freguesia de Santa Luzia, Ilha do Pico, Açores. Não havia eletricidade, nem água canalizada. Passei do Mundo da TV Cabo para um mundo com poucos bens materiais. Mas vivia muito mais feliz…tinha liberdade! Saía à rua quando queria, não se falava em raptos e crime, as portas permaneciam sem chave… Logo desde o nascer do dia, já se ouvia o “guinchar” da madeira dos eixos dos carros de boi a rodar. Dependendo da altura do ano, poderiam vir carregados de pasto de milho, de figos para aguardente ou de pipas carregadas de uva após terem passado pelo “desbagoadoro”. Foram os últimos anos de uma atividade secular, cujas marcas (trilhos) ficaram lavradas no solo basáltico, marcas essas formadas pela passagem repetida de milhares de rodas desses carros movidos por tracção animal. São as “rigueiras” dos carros de bois, eternas como os valores da vida que passaram desde os meus antepassados, de geração em geração, e que meus pais muito bem souberam preservar e entregar aos seus filhos.

        A transição... Passei de um Mundo dos bens materiais... para um Mundo que parecia "do Nada"! Eletricidade, Água Canalizada, Casa de Banho, TV, Frigorífico, Telefone ... bens que hoje são considerados básicos e que ninguém conseguiria viver sem eles. Meus pais habituram-se a eles nos E.U.A. e conseguiram ensinar-me a viver sem eles:

- Eletricidade ---» Luz a petróleo (a incandescente de camisa era um espetáculo);

- Água Canalizada ---» Água do tanque - não havia casa no Pico que o não tivesse para aparar água das chuvas. Colocavam dois ou três peixinhos para limpar os insetos que caíssem ou se quisessem reproduzir na água;

- Casa de Banho ---» Retrete - casinha de pedra no exterior, com um banco com um ou dois (para o casal) buracos circulares, onde nos sentávamos para fazer as necessidades. Sem papel higiénico, poderíamos limpar o rabo com um "sabugo" - parte interior da maçaroca de milho depois de seca e debulhada (a técnica poderei explicar depois); Lavar... aquela celha de madeira com água quente resolvia;

- TV ---» Contacto com a Natureza - um quintal enorme com árvores e animais... nunca me hei-de esquecer daquela bezerra brava (filha da Estrela) que parecia um boi do "Rodeo" e daquele dia que me fui sentar em cima de uma vaca que estava deitada, esta levantou-se repentinamente e eu dei uma marrada no chão - influência dos filmes de cowboys que via na TV nos EUA. Pensei que ninguém tinha visto a queda, mas meu pai, sobre o balcão da "atafona" (casa com engenho de tração animal com mós em pedra para moer o milho) assitiu a tudo e deve ter se fartado de rir. Ele previra a queda, mas não correu a me avisar... sempre me deixou dar as cabeçadas... a melhor forma de ensinar... a melhor forma de aprender;

- Frigorífico ---» "Veja"(espécie de peixe) escalada - o bacalhau do Pico; Salga de carne na talha; Linguíça e torresmo de carne conservados na banha; e tudo o que a Natureza nos tinha para dar no momento: Pesca, Agricultura, Caça...;

- Telefone ---» Para quê? As pessoas viviam junto umas das outras. Comunicavam na presença ... quem estivesse longe... era esperar pelo reencontro ...

        Mil e uma memórias... mil e uma formas de viver sem os luxos de hoje... Meus pais ensinaram-me ... deram-me este guia de sobrevivência... Foram momentos de uma felicidade imensa e um Mundo por descobrir. 
        Hoje seria capaz de o fazer, viver sem os bens essenciais? Sem dúvida... Basta para tal: viver com as pessoas que mais amo e me darem o meu Mar e a Terra que me fez crescer!

        Quem nos garante que um dia não teremos de "regressar ao futuro"?



                                                                                                             Abraço








terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Os Espinhos que Temos em Nós

        Não há que duvidar... todos nós, seres humanos, temos espinhos que picam as pessoas mais próximas. Por serem as mais próximas, muitas vezes são aqueles que mais amamos. A vida torna-se num desafio... Como nos mantermos chegados sem nos ferirmos uns aos outros?... Muitos não o conseguem encarar como um desafio... não conseguem ver que por debaixo daquela carcaça de espinhos existe um mundo a descobrir... existe uma fonte inesgotável de Amor.
        Por estarmos a nos aproximar do Natal, um momento de reflexão por excelência, onde muitos têm a oportunidade e a sorte de estar junto da família, por vezes conseguimos desfocarmo-nos dos espinhos e olharmos para o nosso interior... para o interior do próximo. Façamo-lo durante o ano inteiro... busquemos ajuda à Natureza e aos seres ditos "irracionais": 

FÁBULA DA CONVIVÊNCIA


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Existirão paraquedas suficientes?

          A aeronave sofreu enormes danos quando os seus pilotos fizeram, sem escrúpulos, sem experiência e sem qualquer responsabilidade, um vôo rasante sobre a Europa. Tentam a todo o custo (para os passageiros) fazer a nave subir, mas... os danos são muitos, o depósito de combustível está roto e o trem de aterragem não abre. Os pilotos já deram ordem para deitar carga fora. Começaram pelas malas dos passageiros que estão a meio do avião (junto às asas e aos motores) e continuaram a fazê-lo até aquela fila 8 (daí para a frente é a classe executiva e há que preservá-la) e para trás até à cauda.
        "Mas que raio?!" Pensaram eles... "Porque será que o avião não sobe? Já deitamos fora toda a bagagem do povinho... já deitámos fora grande parte do seu património (edificado - ex: privatizações, cultural, natural, etc...)... mas, que raio ... porque não sobe o avião?! Temos ainda aqueles lingotes de ouro que o Salazar nos deixou... Mas... esses não os podemos perder!!!" O comandante do avião diz: - "Tive uma ideia! Dêem ordem para os passageiros saltarem fora da aeronave! Comecem pela fila 20!"
        Fala a voz da razão! Fala alguém com imensa experiência profissional e de vida, de acordo com o seu currículo de gestor. Não há que duvidar... uma forma de fazer a nave voar, é continuar a deitar peso fora (independentemente das prioridades). Perdeu-se todo o equilíbrio entre a razão, a "alma" e o coração! Quando um piloto ... quando uma espécie zoológica, não cuida dos seus (da sua espécie - na Natureza são raros os casos de onde se destaca o Homem) é sinónimo de que tudo vai mal!!!
        Agora foram os professores (porque a razão diz que se continuarem na nave, não terão ou perderão o emprego)! Quem serão as próximas vítimas? E a nave manter-se-á a voar? Haverá aeroporto que queira arriscar receber uma nave sem trem de aterragem?
        Lançando pessoas... sim... digo pessoas (com coração, com família, com laços à sua Terra), fora do avião é mais uma forma de camuflar a taxa do desemprego que disparará ainda mais... muito mais!!!
        Apenas deixo mais uma pergunta: Sr. Primeiro Ministro, garante que existirão paraquedas para todos???

domingo, 18 de dezembro de 2011

Deus e a Ciência

        Há quem diga que Deus e Ciência são incompatíveis. Há quem diga que Deus é a verdade e há quem negue essa verdade atribuindo-a à Ciência. Quanto a mim, há por aí pessoas que adoram dividir... talvez para reinar. Por exemplo... porque será que em política se criaram os "partidos"... partir não será dividir? Tudo está nas pessoas... e no que elas são capazes de fazer para unir ou dividir, bastando para isso dar o exemplo da Política e da Religião, que ao longo da história foram utilizadas, por alguns, como armas verdadeiramente mortíferas! Política e Religião só farão sentido para pessoas que partilham os valores mais nobres da condição humana (Amor, Honestidade, Amizade, Família ...). Tudo está nas pessoas... sejam de esquerda ou de direita, sejam muçulmanos ou católicos, sejam agnósticos ou ateus.
        Voltando a Deus e à Ciência, acho mesmo que são indissociáveis. Atenção... quando falo de Deus, falo de qualquer Deus e não apenas do Meu, pois todos acreditam num Deus, até mesmo aquele que se diz ateu... acredita em algo, nem que seja na filha da tia Maria do Botequim (Deusa). A vida apenas com Ciência é uma vida despida, fria, que explica que o coração divide-se em aurículas e ventrículas, que explica porque bate o miocárdio, mas... não consegue explicar onde está ou de onde vem o AMOR! Com Deus vemos, partilhamos e sentimos esse AMOR... e ... ganhamos energia e força para enfrentarmos a vida!
        Hoje deixo um link para um vídeo de um dos maiores cientistas que contribuiram para o conhecimento do nosso Mundo, um cientista que nunca deixou de fazer ciência, dissociado de Deus. Essa pessoa foi Albert Einstein!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Memória Genética: Niguém Morre

        No "post" de ontem, homenageava os meus antepassados. Dizia que eles vivem nos nossos genes. Desde pequeno que o mistério do que está para além da morte tem me levado a grandes introspeções e a arranjar explicações para tal. Com uma educação católica, sempre procurei explicações científicas, embora muitas nunca tenham passado do campo das hipóteses. Sempre li a bíblia, não a traduzindo à letra, mas sim como um guia lírico para os valores que devem reger a vida do ser humano. Quase tudo o que lá está escrito bate certo com o conhecimento científico. Basta para tal ver a ordem da formação do Universo e da Terra... terminando na Criação do Homem...  Parece, que muito antes dos primeiros astrónomos e cientistas que explicaram essa formação, alguém já o tinha feito de uma forma poética e encantadora. Sempre fui aluno de 5 nas Ciências e na Biologia, sempre busquei explicações que me satisfizessem. Não acredito em almas do outro Mundo ... embora já tenha sentido "presenças", encontrando sempre explicações para as mesmas, tendo em conta o meu estado de espírito, os meus sonhos, as minhas vivências ... e no que o meu cérebro quer que os meus olhos vejam e que o meu corpo sinta (poderá ser um sentimento coletivo).
        Poderão me chamar maluco... doido, enfim... o que quiserem! OK... até percebo! Tudo o que escreverei aqui, não passam de hipóteses... hipóteses que me fazem sentido e nunca passando disso mesmo. Nestas coisas todas as hipóteses são válidas e gosto muito de ouvir outras... para comparar e enriquecer as minhas. Encaro a morte como algo natural e acredito na vida para além desta. A vida para além da morte de que a bíblia fala é fascinante e é uma esperança... Tudo está escrito (a meu ver)... num sentido figurado, o que torna a bíblia numa das obras que mais me desafia. Simplesmente belo! Apenas não compreendo como grandes personalidades da Igreja a lêem à letra e quando algo é posto em causa chamam-nos de hereges... sem arranjar explicação válida.
        O Ser Humano... Está provado que 90% do cérebro humano é um mistério não controlado, pertencendo a um subconsciente desconhecido por cada "EU". Apenas temos a capacidade (o comum dos Homens) de controlar 10% (comparação com os 10% de um iceberg que ficam à tona da água). Quantas vezes sonho com coisas que não fazem sentido... e depois de pensar um pouco e relacionar com experiências vividas, arranjo uma explicação! Recordo-me na minha infância de sonhar com um tesouro, junto a um pinheiro, num terreno junto à estrada. No dia seguinte fui ao sítio... encontrei uma nota de 500 escudos! Coincidência...? Não acredito, pois matematicamente falando, a probabilidade de isso acontecer era "infinitamente" pequena. Para mim apenas havia uma explicação... No dia anterior havia passado por lá de bicicleta... Os meus olhos registaram essa informação no subconsciente, nos tais 90% do cérebro inacessíveis quando estou acordado. Enquanto dormia... tive acesso à mesma através do sonho. Tenho muitos outros exemplos... encontrei sempre uma explicação, ou melhor, hipótese de explicação.
        Quantas vezes vamos a um sítio, sabemos que nunca lá estivemos antes e ficamos com a sensação de que lá estivemos? Quantas vezes vemos alguém, noutro local do planeta e temos a sensação que a conhecemos? Quantas vezes experimentamos sensações que nos parecem já experimentadas antes?
        A genética fascina-me... Olhar para um filho ou para um neto e ver traços físicos dos seus antepassados! Maravilhoso, não é? Quase misterioso! Há coisas fantásticas... saber que nos nossos genes está guardada informação de todos os nossos antepassados. Essa informação pode manifestar-se fisicamente ou não. Podemos ter os olhos do nosso avô, o cabelo da côr do da bisavó e a boca da nossa mãe! Espetacular... Temos muitos tipos de células que formam variados tecidos... Células musculares, células adiposas, células nervosas... neurónios... No nosso cérebro existem células que servem de disco rígido, constituindo a nossa memória (uma parte acessível aos tais 10% outra aos 90% inacessíveis)! Ou seja, nas nossas células e nos nossos genes, ficam registadas informações físicas (que passam de geração em geração e que se manifestam ou não no nosso corpo) e informações que formam o nosso "EU". Quando se dá a divisão celular e o nosso corpo ainda está no ventre materno, aquele zigoto inicial originará milhões de células que formarão o nosso corpo. Dá-se a diferenciação celular... células musculares, células do rosto, células do cérebro, especializadas na memorização... Nunca esqueçamos estas últimas células que também existem no nosso interior e poderão ter memorização preciosa sobre as "almas" dos nossos n-avós. Agora pergunto... se é possível a minha cara ser "a cara" de um dos meus antepassados, só porque há uma memória genética que se manifestou fisicamente, não existirão... nessa memória genética muitos "EU"s que dêem origem ao meu "EU"? Quem me garante que o meu "EU" não é o "EU" do Francisco do Moinho (meu bisavô)? Quem me garante que a sensação de já ter estado em Paris que senti quando lá fui a primeira vez, não ficou registado na memória genética de um dos meus antepassados que lá estivera, e "EU", naquele momento fui buscar aos meus 90%? Quem me garante????
        Sou daqueles que não acredita que as almas e os espíritos andam por aí... Não acredito nos videntes e nos bruxos... Acredito sim que existem pessoas que têm o dom de utilizar os tais 90% do cérebro, conseguindo entrar nos 90% de outras pessoas e fazê-las ver e acreditar nos espíritos dos seus antepassados, fazer os seus olhos ver coisas que não existem no nosso mundo físico. Para mim... tudo está nos 90%... Todos somos eternos e "recordados" pelas boas ou más ações que fizermos enquanto vivermos fisicamente! Todos continuam vivos, manifestando-se, um dia, no "EU" de um dos seus descendentes.
        Abraço a todos os "EU"s que um dia existiram e que hoje se manifestam em cada um dos nossos corações! Bom fim de semana!
       

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"Uma Prisão Inocente"

        Tendemos a esquecer os nossos antepassados. Esquecemos que os nossos sucessos de hoje são fruto de muito trabalho e sofrimento, de alguém que um dia existiu e vive hoje em cada um dos nossos genes. Hoje faço uma homenagem aos meus avós e bisavós. Escolho um bisavô para o fazer, pois para além das memórias que passam intergeracionalmente de "boca em boca", deixou escrito um episódio da sua vida. É (não digo era porque ele ainda vive... não fisicamente) Francisco da Rosa Oliveira. Tive a sorte de o conhecer, quando em 1974, ainda com 3 anos, os meus pais vieram de Nova Iorque fazer uma visita à Ilha do Pico. Lembro-me de estar no seu colo... lembro-me daquele cachimbo... lembro-me daquela boa disposição que nunca lhe faltava... lembro-me de Francisco do Moinho. Era assim conhecido por ter sido moleiro. Lembro-me de imensas histórias que o meu pai me contava sobre ele. Lembro-me de meu pai contar que na sua infância, fazia viagens a pé e descalço com os seus irmãos, desde o Cabeço Chão até ao Mistério do Cachorro (mesmo junto ao mar- Freguesia das Bandeiras, Ilha do Pico), uma viagem de 7 ou 8 kms por estradas de pedra e "bagaço", com um saquinho de milho às costas, para que o meu bisavô o moesse naquele moinho junto ao mar (ainda existem lá, hoje, os vestígios desse moinho - Ver no Google Earth 38º33,428' N ; 28º26,115' O).
        Muitas memórias poderia aqui registar. Deixo uma... que talvez nos faça olhar para algumas grades que nos encarceram, muitas delas sem sermos responsáveis por isso (poderei dar como exemplo a mega-crise). Francisco do Moinho foi preso, por algo que não cometeu, ficando privado da liberdade, da esposa, dos filhos menores, dos amigos... até descobrirem a sua inocência. Viveu os piores momentos da sua vida. Relatou-os num livro: "Uma Prisão Inocente", que o "escreveu" (em parte) enquanto esteve preso. Na realidade não o "escreveu", pois não o sabia fazer. Não o chamaria analfabeto... pois tem um livro de quadras rimadas da sua autoria. Como é isso possível? Ter um livro sem o ter escrito? No decorrer das visitas da sua esposa à prisão e já depois disso, ia ditando aquelas quadras que lhe vinham à cabeça. A minha bisavó Rosário lá as foi escrevendo. Deixo aqui algumas dessas quadras:

"Freguesia da Bandeiras,
Ilha do Pico Açores.
Uma cena que se deu
Vou contar aos meus senhores.

Aqui vivi em solteiro,
Com o meu pai e minha mãe.
Vivia pobre e honrado
Como todos sabem bem.

E um dia por acaso
Para as Ribeiras caminhei,
Vi lá uma rapariga
E dela me enamorei.

Como é ordem do Mundo,
Lá mesmo eu fui casar
E para esta freguesia
É que viemos morar.

...

A todos peço licença,
Atenção de me escutar,
Para verem a desgraça
Que às Ribeiras fui buscar.

...

Na freguesia das Bandeiras
Fui nascido e batizado,
Mas ninguém pode fugir
Ao que Deus tem destinado.

Para tudo há um princípio
E não há que duvidar,
Como era de família
Meu sogro me veio convidar.

Para eu ir às Ribeiras
A uma festa que fazia,
Uma pronessa de coroa
Que os eu filho fazia.

...

Deus sabe o que custou
Para eu a essa festa ir,
Para aprontar os pequenos
Que não tinham que vestir.

...

Como família e juntos,
Muito contentes ficámos
E numa boa harmonia,
Todos juntos ceámos.

No dia seguinte:
Domingo do Espírito Santo.
Ai que festa bonitinha
Que eu dela gostei tanto.

Na segunda e na terça
Que Império bonitinho,
Foi feito em Santa Cruz
Deram rosquilhas e vinho.

Na quarta feira de tarde,
Fui junto com o meu cunhado,
Buscar duas sacas de farinha,
De meu sogro fui mandado.

Caminhei logo para casa
Como já cedo não era,
Quem mal não tem, mal não cuida,
O mal ninguém o espera.

...

Como estava inocente
E não me queria exaltar,
Vim para minha casa
Minha vida governar.

No dia dezoito de Junho
Para o Faial caminhei,
Fui vender umas batatas
E um pouco de farinha comprei.

E na lancha do meio dia
Para o Pico regressei
E, ao saltar para o cais,
Grande desgosto passei.

Eu estava em cima do cais
E um homem para mim a olhar,
Só me tocou no braço dizendo:
- "Faz favor de me acompanhar".

Eu olhei para o Homem
E sobressaltado fiquei,
Conheci que era polícia
Logo do caso me lembrei.

...

E neste tempo o polícia
Mostrou-se um pouco zangado,
Me disse: "Eu sei isso tudo,
Mas você está condenado".

Como eu estava inocente
Fiquei um pouco sentido,
E logo na mesma hora
Na cadeia fui metido.

...

A minha mulher quando me viu
Começou logo a chorar
E eu, por me ver na cadeia,
Nem sequer pude jantar.

...

Eu pedia a Deus do Céu,
Também à Virgem Maria,
De certo que fui ouvido
Porque Deus me socorria.

E Deus como é bondoso
Conhece as necessidades,
Prometi-lhe ir de joelhos
Da Madalena às Sete Cidades.

...

O Sr. Capitão Freitas
Que Deus lhe há-de agradecer,
Por ter um bom coração
Me mandou sempre que comer.

Das onze para o meio dia
É que me vinha o jantar,
E eu como um cão na jaula
Punha-me dentro a escutar.

Ouvia minha mulher
A sua vida a cramar,
Mas a porta estava fechada
Não lhe podia falar.

Quando a ouvia cramar
Tinha muita dó dela,
Só queria uma prisão
Que tivesse uma janela.

...

Senti os horrores do arrenego
E pensei que ia desesperar,
De joelhos para a tarimba
Outro terço fui rezar.

...

Depois pensava no meu filho Pedro
Que só três anos contava,
Das meiguices que fazia
Quando eu no colo o sentava.

Pensava em Francisco
Que então já raciocinava,
Que quando me viu preso,
Muitas lágrimas derramava.

Pensei em Maria
Que tinha ficado nas Ribeiras,
Enquanto estive preso
Nunca veio para as Bandeiras.

Pensava em minha mãe
Como estaria o seu coração,
Vendo o seu filho mais novo
Inocente na Prisão.

Pensava em minha mulher
Que anos de vida me tirou,
Dormindo fora da cadeia
Nem um instante me deixou.

A minha vida era chorar
Disso podem ter uma ideia,
Ter uma mulher e três filhos
E inocente na cadeia.

...

Enfim chegou a hora
Que eu por Deus fui ouvido,
Para não pagar um crime
Que não tinha cometido.

No dia dois de Junho
Que grande satisfação,
Quando me mandaram chamar
Para eu sair da prisão.

...

Caminhei logo depressa
Para a lancha apanhar,
Para chegar à Madalena
Para a promessa pagar.

...

Para pagar esta promessa,
Muito me vinha custando,
Tinha os joelhos desfeitos,
Mas vinha-me consolando.

Nas beiras do caminho
Muitos me esperavam,
Quer grandes, quer pequenos,
Quase todos choravam.

Cheguei ao Cabeço Chão
Ao pé do botequim,
Estavam mais de trinta homens
Todos à espera de mim.

Quando eu vi uma criança,
Era o meu filho mais moço,
Com os seus braços abertos,
Agarrou-se ao meu pescoço.

...

Com a alegria que tive
Chorei como uma criança,
Minha casa estava cheia
De toda a vizinhança.

...

Já vos estou a enfadar
Por tanta coisa dizer,
Por mim fiz o que pude
Melhor não pude fazer.

Como sou analfabeto
Melhor não pude fazer,
Sempre dou uma vaga ideia
Daquilo que queria dizer.

O meu nome é Francisco da Rosa
Por este fui batizado,
O sobrenome é Oliveira
Que de meu pai foi tirado."

in "Uma Prisão Inocente" de Francisco da Rosa Oliveira

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Educação: O Essencial ...

        Educação. Andamos há muitos anos em reformas... e mais reformas... o real sucesso sempre em queda (um sucesso bem camuflado por estudos deturpados da realidade e pelo facilitismo, passando a ideia aos nossos alunos de que tudo se consegue sem esforço). Para muitos dos alunos que não se empenham na sua profissão ("Estudante - pessoa que estuda" in Dicionário L.P. 2008 Porto Editora), elaboram-se planos e mais planos, faz-se o pino, apela-se, por favor, ao trabalho 100 vezes durante uma aula, procuram-se estratégias e mais estratégias para motivar o aluno, avisam-se os encarregados de educação... a "festa continua". O Sistema criado, estará a ajudar os nossos alunos a crescer enquanto cidadãos responsáveis? Estaremos a preparar os nossos jovens para enfrentar a vida? Um dia no mercado de trabalho... exercendo outra profissão (que não estudante)... será que terão tantas oportunidades? ... serão equilibrados...? Terão um patrão constantemente a apelar (por favor) ao trabalho?
        Há mais de 10 anos que trabalho com alunos de percurso curricular alternativo, alunos desenquadrados do nosso sistema educativo, ditos indisciplinados e que há muito fazem parte do top desse lote de alunos que acabei de falar.  Pessoas extraordinárias que o Sistema abandonou. Numa primeira fase o Conselho de Turma dificulta-lhes a vida... estabelecem-se regras e metas para o comportamento. Exige-se. Envolve-se os pais. Desenvolvem-se projetos de acordo com as capacidades práticas e cognitivas dos alunos. Projetam-se sonhos... É um prazer para cada professor que trabalhou com estes alunos, encontrá-los hoje ... e vê-los agradecer por tudo o que a Escola lhes deu.       
        Desde os meus 19 anos que sou professor do 2º Ciclo do Ensino Básico. São mais de 20 anos a ver gradualmente os nossos alunos a encarar o Ensino como algo que não é parte estruturante dos seus projetos de vida... O ser humano é assim... quanto mais fáceis são as condições para alcançar algo, menos valor se dá ao que se consegue.
        O nosso Ministro da Educação, antes de o ser, apontava este um dos cancros do nosso Sistema Educativo... Depois de ocupar o cargo, nunca mais o ouvi, nem vi procurar a quimioterapia para destruir as células malignas deste tumor. Volta-se para as reformas.... fala-se de disciplinas essenciais (é importante ler os meus "posts" dos dias 1 e 26 de Novembro - http://serounaoserverdade.blogspot.com/2011/10/disciplinas-essenciais.html e http://serounaoserverdade.blogspot.com/2011/11/carta-aos-encarregados-de-educacao.html). Pois... por pouco me esquecia... que o Ministro se encontra refém das metas europeias que têm de ser cumpridas... O mais fácil é ... continuar a camuflar... Dar mais Matemática, mais Língua Portuguesa, mais Geografia, mais História... Dar mais do mesmo é uma forma de continuar a alimentar esse cancro (Jornal "O Público" http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/carga-horaria-de-historia-e-geografia-vai-aumentar_1524661).

"Uma Escola inclusiva, o dar a mesma oportunidade para concluir a escolaridade obrigatória a todas as crianças, foi e é um dos desígnios de uma verdadeira Democracia. Contudo, a Escola manteve-se aquela fábrica que, num processo mecanizado, molda crianças para serem um produto final comum. O perfil de um aluno à saída do Ensino Básico deverá ser o mesmo para todos, independentemente do percurso feito. O sucesso é medido por exames nacionais (iguais para todos), que avaliam apenas um saber teórico, desprezando-se completamente o saber prático, o saber fazer. Isto é uma dupla fraude, tratando-se apenas de uma massificação, resultante da Revolução Industrial. Em primeiro lugar, não se respeita o tipo de inteligência de cada indivíduo, não se respeita a sua vocação para a vida, não se respeita o que cada um sabe e tem capacidades para fazer (Gardner propõe sete tipos de inteligência, será que se respeita a(s) de cada aluno?). A segunda fraude ainda é maior, quando se arranjam artimanhas legais para fingir que todos chegam ao final da escolaridade básica com as mesmas competências, num Sistema onde grande parte dos alunos (aqueles que não têm a sorte de ter modelos familiares baseados em valores humanos) assimilam o modelo de política nacional, a filosofia de que tudo é garantido sem trabalho, mérito e esforço, a que me referi no capítulo anterior. Eis um punhado de exemplos:

- um aluno não quer ou não lhe apetece trabalhar durante o 1º Período, beneficia de um plano de recuperação. No último período escolar dá um ar da sua graça e passa. Dos 9 meses do ano lectivo, bastam dois de trabalho e já está;
- um aluno trabalhou minimamente durante o primeiro período e no início do 2º. Se não for aplicado um plano de recuperação, o professor é obrigado a passá-lo; o “sucesso” está garantido;
- um aluno apresenta dificuldades condicionantes na sua aprendizagem. Essas dificuldades resultam da sua falta de trabalho e empenho. Um relatório diz que o aluno tem necessidades educativas especiais. Aplica-se o DL 3/2008. O aluno continua sem se dedicar minimamente. O “sucesso” está-lhe quase garantido. Concorre com alunos que têm muitas dificuldades, mas que lutam para conseguirem ser alunos médios. Tem testes simplificados… etc… etc…
- um aluno apresenta graves problemas de comportamento. Criam-se turmas de percurso curricular alternativo. Dá-se-lhes a oportunidade de concluir a escolaridade básica, quando os que lutam para conseguirem ser alunos médios e têm um comportamento exemplar continuam no ensino regular. O termo “percurso curricular alternativo” é a prova de um sistema educativo com um percurso único “standerizado”….
O que me preocupa não é a oportunidade que se dá aos que não querem (estas oportunidades, supostamente foram criadas para os que, apesar de trabalharem, não conseguem). O que me preocupa são as oportunidades que não se dão aqueles que lutam, que trabalham, que se dedicam, para conseguir aquele 3. O que me preocupa são aqueles que têm dificuldades devido a um sistema que não respeita a sua inteligência e que poderiam brilhar se lhes proporcionassem condições para eles serem quem são. A estes nunca serão aplicados planos de recuperação, DL 3/2008, percurso curricular alternativo... Estes alunos nunca conseguirão brilhar, pois o sistema não deixa. Os que não querem, seguirão ao seu lado e, provavelmente, um dia terão a oportunidade de vingar, sendo comprados pelo sistema.
        Recordo uma das frases fantásticas de Howard Gardner: “Todos os indivíduos têm potencial para serem criativos, mas só serão se quiserem”. É verdade, todos têm esse potencial. Infelizmente, no nosso Sistema Educativo e no nosso país, muitos, nunca serão criativos. Uns porque não querem ou nunca quiseram, outros porque apesar de quererem, o Sistema Educativo nunca lhes proporcionou condições para isso. Será isto Escola inclusiva? Será inclusiva não diversificar as ofertas formativas, logo desde cedo, de acordo com a inteligência e capacidade que cada um demonstre? Ser-se “estudante” deixou de ser encarado como uma profissão, que exige trabalho e dedicação, sendo este um dos grandes flagelos da Educação. Enquanto este flagelo persistir, de pouco servirão: “planos de ação da matemática”; “planos tecnológicos”; estratégias e mais estratégias para conduzir os alunos, que não querem, ao sucesso! “ É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma perceção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido bem definido do belo e do moralmente bom”(Albert Einstein).
O próprio termo “Escolaridade Obrigatória”, só por si não ajuda! Alguém que é obrigado a fazer algo, dificilmente o faz com motivação. Apenas aqueles alunos que trazem uma educação de casa, onde a Escola é valorizada e encarada como determinante para o seu futuro, é que ainda vão alimentando o Sistema, pois mesmo que este não os respeite no seu estilo de aprendizagem (ou inteligência), lutam e trabalham para conseguir o sucesso. Criou-se na lei, a figura dos "planos de desenvolvimento" para disfarçar. Alunos com este perfil, na Escola Pública, cada vez são mais uma raridade. O que ganham eles? Que oportunidades têm?"
               in "Base 10 - Uma Viagem pela Educação" (livro nunca publicado) Rui Rosa

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A Importância do Universo ...

            "A "perfeição" e o mistério do Universo sempre me fascinaram. De repente, recordo-me da minha infância e adolescência. Recordo-me de estar ao lado do meu pai, durante uma noite de Setembro, à beira mar, na localidade dos Arcos, freguesia de Santa Luzia, Ilha do Pico, Açores. Sobre as escarpas do “lajido” basáltico (rocha nua e escura resultante da solidificação de lava), empunhávamos, cada um, uma cana de bambu com cerca de 6 centímetros de diâmetro e uns 5 metros de comprimento com uma argola de cobre na ponta. Essa argola servia de guia para o arremesso de um fio de nylon 1,20 mm, com um anzol número 8/0, havendo ao lado uma “parada” de cerca de 80 centímetros, com fio 0,50 mm atado a uma pedra. É o “pescar de noite”. É o pescar peixes grandes como o mero, o congro (safio), o tubarão ou a uja. Mas, para além de uma energia que fortalecia a minha relação com o meu pai (de amor), era um dos momentos mais prósperos para viajar pelo Universo. O Silêncio. A brisa que descia da montanha. O som do mar ou de uma cagarra! O céu limpo, sem luzes parasitas! Enquanto empunhávamos a cana, sentados numa “cabeça de pedra”, à espera que o peixe mordesse, comunicávamos pela alma. Tanto eu como meu pai falamos pouco. De vez em quando um de nós dizia “Viste…? Viste aquela estrela cadente?”. Era como que um sinal de esperança, como um rasgo de luz que entrava nas nossas vidas. Na verdade era apenas um fragmento do Universo que se tornou incandescente ao desaparecer com a entrada na atmosfera! Meu pai às vezes dizia… “make a wish” (“pede um desejo”).
Nunca fui muito supersticioso, mas recordo-me de uma noite ver uma “estrela cadente”. Desejei “trancar” (acto de ferrar o peixe no anzol) um grande mero (o peixe que todos procuram ao fazer esta pesca). Enquanto meditava a olhar as estrelas, a cana saltou-se-me das mãos, batendo com toda a força em cima da rocha basáltica. Nunca larguei o fio! Gritei por ajuda ao meu pai: “É um mero!”. Conseguimos puxá-lo até às rochas! Com um “foco”, víamos lá em baixo (escarpa de 12 metros) o mero de boca aberta. No entanto a rebentação das ondas era muito forte. Não dava para descer! O peso do mero (para mais de 20Kg) não dava para puxar, sem descermos. Num ápice, uma onda restitui ao mar aquele lindo peixe. Depois pensei … formulei mal o desejo. Devia ter desejado “apanhar um mero” e não “trancar um mero”.
“Pescar de noite” era um momento de meditação. Ao olhar para o céu, para o Universo, iniciava a viagem para dentro de mim. Aprendi com meu pai a olhar o céu. Aprendi qual era a estrela do Norte. Aprendi onde estavam as ursas Maior e Menor. Aprendi como a lua provocava as marés! Aprendi a olhar para dentro de mim! Obrigado, Pai!"
                  in "Base 10 - Viagem pela Educação" (Livro nunca publicado) de Rui Rosa

domingo, 11 de dezembro de 2011

Profissionalização dos Políticos?

        Muitos defendem a profissionalização dos políticos... Para quê???
        Quanto a mim, para se ser um bom político basta:
        - Ter exercido um ofício com pelo menos 15 anos sem cargos de chefia (e ter sido competente no exercício do mesmo). Só assim, teria uma vaga ideia do que custa o trabalho. As pastas do governo só deviam ser atribuídas a pessoas que tivessem exercido o seu ofício nesse ramo (a Agricultura a um agricultor... A Educação a um professor (não do ensino superior)...;
        - Saber pregar um prego. Quem não o sabe fazer, dificilmente poderá construir ou reparar a barcaça de que será timoneiro. O que teria sido da Arca de Noé se Deus tivesse escolhido um político?...;
        - Usar gravata apenas nos Domingos, Feriados (que são cada vez menos) e cerimónias, pois quem trabalha a sério, arregaça as mangas e não consegue usar este acessório;
        - Não mudar de personalidade;
        - Manter a mesma coerência de ideias e de discurso após ocupar o cargo;
        - Estar ao serviço do povo;
        - Continuar a usar os mesmos meios de transporte do que quando exercícia o seu ofício;
        - Ter visão estratégica, saber projetar o futuro, fazer previsões... e ter soluções alternativas para problemas;
        - Fazer acreditar o seu povo que o caminho traçado é válido;
        - Colocar os interesses do país e do povo acima de qualquer outro interesse.

        Todos os políticos que seguiram estes requisitos, conseguiram mudar "o bocadinho de mundo que esteve à sua guarda". Deixo apenas um exemplo (de um passado bem recente): Presidente Lula da Silva (Brasil).

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Bullying


        Thousands of kids live this "nightmare"! Silence... physical silence... silence of the heart! Why? Why? .... Are adults doing their job? Are parents doing their homework? Is law protecting every young citizen? Closing our eyes to misbehaviour is the solution? Doing so, are we helping  youngsters that misbehave? 
        Balance is needed.... There´s no balance if kids get all they wish for! There´s no balance if they don´t get nothing! There´s no balance if they´re not loved! There´s no balance if the word "No" doesn´t exist! They ought to grow up beeing responsible citizens... responsible for their acts... responsible for making a better World.

        "Teach children, so you don´t have to punish adults" (Pitagoras).


Acting or not, thanks Jonah Mowry.... for waking up the World!


P.S.- Since this is my 40th post and 10% of my readers are american and canadian, 1 every 10 posts are written in english.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Acreditar nos Sonhos

       Turma de Percurso Curricular Alternativo 2007-2009, algures numa Escola do País. Pessoas extraordinárias. Fazem parte da minha lista restrita de amigos. É um gosto recebê-los em minha casa para jantar... para beber um copo (já são maiores de idade). Pessoas que um dia, o Sistema os excluiu: o sistema educativo... a sociedade... e sei lá mais o quê! Ninguém acreditava neles, nem no seu potencial. Tiveram o poder de entrar no coração daquele grupo de professores que os acompanhou! Tiveram o poder de fazer acreditar que os sonhos, deixarão de o ser ... sempre que acreditarmos e trabalharmos para os concretizar!     
         - Maio de 2008: primeiro "Campeonato Escolar de Autocross". Todos diziam que não era possível realizar tal evento numa Escola. Um aluno teve a ideia, contra tudo e contra a vontade de muitos, arregaçaram as mangas, e tornaram esse sonho uma realidade. Prepararam e pintaram um automóvel (no pátio da Escola), levaram-no à inspeção, passando à 2ª sem qualquer anomalia ... Convidaram outras escolas... Foi um sucesso... e continua a sê-lo. Após este 1º passo, seguiram-se outros eventos em vários pontos do país onde estivémos presentes: Pias (Alentejo); Odemira; Tondela; Celorico da Beira... (obrigado a todas as escolas que têm contribuído por manter vivo o projeto);
        - Maio de 2009: Sonharam ir a Fátima a pé ... para agradecer o que a Escola lhes deu nos últimos dois anos... Organizaram a peregrinação. Para além dos alunos, participaram pais, professores, funcionários, psicólogo da escola (crentes e não crentes) ... 95 kms a pé e todos lá chegaram abraçados... poucos contiveram as lágrimas! Obrigado a todos os que contribuiram para o momento! 
        - Junho de 2009: Sonharam ir à Ilha da Madeira ... organizaram a Viagem sem qualquer apoio (à exceção da Escola que nos acolheu) e acompanhados por três professores, passaram 8 dias na Ilha. Levavam 500 euros no bolso. Corrreram toda a Ilha, fizeram levadas, fizeram noitadas, passeios BTT, andaram de barco (obrigado ao meu amigo Sérgio Toscano), cozinharam (nunca me esquecerei do arroz de marisco e aquele atum no forno). Foi a melhor visita de estudo que jamais fiz. Obrigado a todos, obrigado aos professores Valdemar e Manuela pelos momentos que partilhámos com esta malta nesta visita (e que continuamos a partilhar).
        A lista de projetos concretizados por estes alunos é imensa. Deixo aqui apenas estes três exemplos, e os vídeos Youtube do "I Campeonato Escolar de Autocross".

Nota: Hoje todos têm o seu projeto de vida. A vida continua...

P.S. Agradeço a todos as entidades exteriores à Escola que foram determinantes para que isso fosse possível, de onde destaco: Estabelecimento Prisional de Leiria (Projeto "Um Dia na Prisão"; Equipa GNR (Escola Segura); CPCJ Salvaterra de Magos; Técnicos da Segurança Social e Tribunal de Menores de Vila Franca de Xira.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aprender com as Crianças

        Puro... o coração de uma criança. Puro...sentimento... sem disfarce, sem grades, sem formatação! Enquanto pai e professor, tenho aprendido imenso com as crianças... muito mais que numa licenciatura, muito mais do que qualquer ação de formação contínua. São os Mestres da Escola da Vida! Cada dia que passa cresço enquanto ser humano, porque tenho a sorte de viver rodeado por crianças! Obrigado por tudo!
       
        Chefes do Mundo, Senhores donos dos Bancos e das Offshores, olhai o seguinte vídeo e aprendei com os Nossos Mestres! Se em cada um dos nossos corações batesse um coração de criança... que Mundo seria o Nosso?

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"Outlaws"

        "Outlaws": Não encontro palavra portuguesa que melhor caracterize quem usa e abusa da lei, ao seu belo prazer (traduzido à letra: "foras de lei").
        Constitucional? Respeitar a Lei? Quando não se leva uma democracia a sério, quando a lei apenas é lei quando "dá jeito" e deixa de o ser quando "não dá jeito", estamos perante algo gravíssimo! O exemplo dos subsídios de férias e de Natal retirados à função pública são apenas um pequeno exemplo!
        Regime de exceção? Treta ... o corte de 50% do subsídio de Natal para este ano também o era, quando foi proposto. Penso que estes subsídios jamais voltarão a existir, a não ser que surjam políticos ao serviço das pessoas, de um país, de um povo .... sendo os primeiros a dar o exemplo, em tempos de crise... em tempos de austeridade!


Ver tudo em:

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Imagine(m)"

de Mário Crespo numa das suas crónicas no JN


        "Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
        Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.
        Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas.
        Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta.
        Imaginem que só eram usados em funções do Estado.
        Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público.
        Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar.
        Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.
        Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha.
        Imaginem que o faziam por consciência.
        Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas.
        Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam.
        Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares.
        Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.
        Imaginem remédios dez por cento mais baratos.
        Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde.
        Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros.
        Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada.
        Imaginem as pensões que se podiam actualizar.
        Imaginem todo esse dinheiro bem gerido.
        Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.
        Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. 
        Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.
        Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
        Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos.
        Imaginem que país seremos se não o fizermos."

"Imagine" - John Lennon

domingo, 4 de dezembro de 2011

A Vida é Uma Montanha Russa

        A vida é uma (ou mais) montanha(s) russa(s)... As descidas são sempre vertiginosas e as subidas lentas, muito lentas... Economicamente falando, há vários anos que andamos numa descida vertiginosa, à espera daquele "looping" que dará uma volta às nossas vidas e que nos ponha rapidamente a subir! É verdade que as descidas são um auge das montanhas russas. É adrenalina, é emoção, é um misto de alegria e um turbilhão de outros sentimentos! Mas... isso acontece quando sabemos que existe um limite para essa descida (antes da entrar na "corroça" já tínhamos "tirado medidas")! Esta descida que fazemos hoje, já ultrapassou há muito esse limite... Já não sabemos o que está a acontecer??!!! Tememos o nosso futuro e o dos nossos filhos!!! São suores frios, são angústias, são tristezas... São imensas dúvidas se os carris da montanha russa não estarão interrompidos!
        Quem ainda não me conhece, por vezes diz: "Oh Rui, tu és muito pessimista!". Na minha vida, as pessoas que mais me amam, ensinaram-me a ver as "coisas boas" e as "coisas más". Ensinaram-se também que o que é "mau" para mim, poderá não ser para outro! Ensinaram-me a olhar as "coisas más" para quê?:
        - para poder fazer escolhas e poder traçar o meu caminho da vida...
        - para poder planear a minha vida, antevendo problemas, estruturando planos A, B ou C se um obstáculo surgir no meu caminho (ensinaram-me que não há obstáculos intransponíveis ... nem mesmo a morte - falarei sobre ela um dia destes);
        - ao conhecer as "coisas más" e muitas vezes na pele (porque não as "previ"), faz-me valorizar as "coisas boas" (amando-as);
        - aprender que o caminho que traçamos, jamais será cumprido (a não ser que a sorte ande sempre no bolso). Teremos sempre de fazer ajustes, "re-planear", ultrapassar problemas... e é esse o elixir do meu viver! É isso que me faz saborear a vida, por conseguir ultrapassar obstáculos com o próximo e, partilhar esses momentos com os que me acompanham na caminhada!
        Obrigado Pai! Obrigado Mãe! Obrigado por tudo o que me ensinaram!
        Sabem... retomando a história dos carris... bem... acho mesmo que estão interrompidos um pouco mais à frente... "Ok... Rui, lá estás tu a me assutar!" Como alguém um dia disse: "Não vale a pena Pre-ocupar: ocupar-se com coisas que ainda não aconteceram!" Talvez seja verdade... Felizmente, ou infelizmente ... sou EU! Faz-me confusão como há pessoas que, apesar de preverem as "coisas más", não as partilham (é inconcebível que alguém que conduz os destinos de um País, o esconda da população, não arranjando e partilhando planos alternativos).
          Há uma coisa que vos garanto ... um dia destes (depois do "descarrilhamento" - se ele chegar a acontecer), conversaremos sobre a estratégia que cada um usou para ultrapassar este momento! Basta para tal:
        - não esquecer que a crise é apenas financeira (o que no nosso SISTEMA é um problema do ca....... neco);
        - não esquecermos quem amamos e quem nos ama!
        - abraçarmo-nos num abraço genuíno e autêntico!
        - sermos nós próprios e sem maquilhagens para a treta da "imagem";
        - se for ateu, agnóstico ou religioso, acreditar nas pessoas (mesmo naquelas que provocaram e alimentam a crise, pois todos têm coração - apenas está encarcerado);
        - se for religioso (seja qual for a Religião) acreditar no(s) seu(s) Deus(es), sem "beatismos" ou "fanatismos";
        - e, acima de tudo, acreditar em si!
        Daqui a uns dias ... estaremos nesta ou já noutra "Montanha Russa", naquela subida lenta, à espera de outra descida! Não se esqueçam... enquanto estivermos a subir (nessa nova montanha), contem-me como ultrapassaram o vosso descarrilhamento... eu contarei como foi o meu. Quererei muito aprender convosco, para um dia estar mais forte... mais forte para outro obstáculo!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Afinal... ainda existem políticos ao serviço do povo!


        O futuro que aí vem, será dos mais difíceis que o ser humano terá de enfrentar! Os nossos políticos trabalham para melhorar (no futuro) as condições de vida dos portugueses! Será verdade? O problema é que andamos a falar de futuro há muitos anos ... O futuro já foi presente... o futuro já é passado... e, continuamos  a falar de futuro! O futuro constrói-se e faz-se hoje! As condições de vida deterioram-se a cada dia que passa, para o cidadão comum! Os agiotas continuam a viver com mordomias e luxos que poucos compreendem! Será verdade? Será que a política e a honestidade não têm a mesma morada? Custa muito a acreditar em tal coisa!
        Hoje deixo aqui o contraste entre dois exemplos de classe política! De um país desenvolvido (Suécia) e de um país que, a alguns anos atrás, se dizia "em vias de desenvolvimento" (Portugal).
        Assembleia da República, a casa mãe da Democracia: o exemplo para qualquer cidadão! Uma casa que devia preservar e irradiar os valores mais nobres da humanidade!

SUÉCIA

PORTUGAL
 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Acreditar nas Pessoas


Mais um anúncio da Coca-Cola ... Espetacular!
Enquanto dirigentes do Benfica e Sporting incentivam a rivalidade...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Inveja

        De acordo com a "Wikipédia":
        "Inveja ou invídia[1][2] é um sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser) e de tirar essa mesma coisa da pessoa, fazendo com que ela fique sem. É um sentimento gerado pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos, não podendo suportar que outrem seja melhor.
        A origem latina da palavra inveja é "invidere" que significa "não ver". Com o tempo essa definição foi perdendo o sentido e começado a ser usado ao lado da palavra cobiça, que culminou, então, no sentido que temos hoje." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Inveja)

        Que sentimento cruel da condição humana! Corrosivo para a alma... corrosivo para a obra! Neste Mundo há pessoas que vivem "olhando em frente", lutando por se superar, tentando mudar "o bocado de mundo que está à sua guarda" (Idália Sá chaves). Cada passo é dado, com a convicção de que o próximo também o dá! Vêem nos seus sucessos o sucesso dos outros! Outros passam a vida a olhar para o lado, não se superando a si, mas tentando superar o próximo (se possível tirando-o do caminho e apagando registos de sucesso). É como se vivessem à sombra de alguém... Desejam ter o que o outro tem... desejam ser o que o outro é ... e muitas vezes ... desejam tanto não deixar a luz interior do próximo brilhar (ofuscando-a sempre que possível) ... Tentam disfarçar, chegando a dizer que são amigos, mas os gestos diários, aquele olhar desviado e aquele coração que irradia o gelo de algo que não é genuíno: denunciam-no. Sente-se no ar... Lidam muito mal com o sucesso dos outros... Vêem no sucesso dos outros os seus insucessos! Ou, disfarçadamente, procuram com o sucesso dos outros ... conquistar aquela "coroa de louros"... Não percebem que a cada elemento do grupo, pertence uma folha dessa coroa!
        Ao longo das nossas vidas, confrontamo-nos com casos desses. Ora um dia o sucesso de alguém irradia alguma luz que faz brilhar quem sofre deste sentimento e dizem-se amigos, ora vem aquele dia em que a luz desse alguém não lhes toca ("invedere" - porque a inveja não deixa ver) e ficam amuados! Num grupo (todos os seres humanos que vivem na Terra) ganham com o brilho do próximo e só assim, cooperativamente, é possível construir um Mundo melhor! Vamos todos nos superar! Vamos todos brilhar! Não deixemos o nosso coração refém da INVEJA!

P.S. Encaremos a INVEJA como (IN - Interior; VEJA - Olhar): OLHAR PARA O SEU INTERIOR (e descobrir as coisas boas que existem no seu coração).