sábado, 18 de novembro de 2017

"REGRESSO AO FUTURO"



        Há medida que os janeiros passam, viajo mais para as minhas origens... Toda a essência do que somos reside nos valores que fundamentam a nossa Vida e as nossas ações diárias. Agradeço às minhas Raízes, aos meus queridos Pais e Avós pelos alicerces que hoje me sustentam e me dão Energia e Força para enfrentar com Confiança e Resiliência os desafios que a Vida me coloca!!!
        Hoje, ao ler as "Selecções" de setembro, encontrei mais uma frase de M.J. Fox, aquele ator dos anos oitenta que nos deixou colados ao ecrã! Mais um fundamento e alicerce que me ensinaram...
Para terminar, e parafraseando novamente M.J. Fox, que vive com a doença de Parkinson há cerca de 20 anos (doença que levou a minha querida Avó Conceição)... "Tem dias que não paro de rir dos sintomas!"

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

MotoExpedição ao Topo da Montanha do Pico

        Escalar a Montanha do Pico é uma das experiências mais espetaculares que esta vida me concedeu. No ano de 2017 surgiu a hipótese de fazer a minha 17ª escalada ("data feliz"), por isso nada melhor que aliar à experiência, uma das minhas paixões. Programei e preparei minuciosamente uma Expedição ao "Piquinho" da Montanha, na minha Kawasaki KLR650, uma mota "Dual Purpose" capaz de devorar o asfalto e trilhar os mais mais difíceis circuitos "off-road". A minha querida esposa iria comigo e as nossas filhotas iriam na Yamaha XT125X. Atingimos o sopé da montanha pelas 2 da manhã... A adrenalina circulava-nos na corrente sanguínea com grande fluxo. Estávamos prestes a subir a Montanha de moto. E a descida??? Seria sem dúvida um estrondo de radicalidade!!! Entrámos na recente (deve ter uns 7 ou 8 anos) Casa da Montanha para fazer o registo de escalada. Não gostei do acesso que construíram da Casa da Montanha ao início do percurso... uma enorme escadaria forrada de basalto para dificultar a minha subida de moto. Conheço bem o resto do percurso até ao cimo... Seria um "piece of cake" se não fosse aquela "stairway to Heaven". Pagámos a taxa de 12 euros por pessoa, um preço exorbitante para um picaroto (e sua Família) só para levar um dispositivo GPS (Eu próprio tinha o meu)... Informaram-me que teria 50% desconto se me fizesse sócio da Associação "Amigos dos Parques" Naturais dos Açores. Ainda pensei no assunto, pois se pudesse contribuir para
manter e preservar a minha linda Montanha do Pico seria uma honra... Ao verem a minha residência, informaram-me que apenas está reservado a residentes... Um Picaroto que ama a sua Terra e a viver na "diáspora" não tem esse direito? OK!!! Pagar 12 euros para escalar a Montanha que nos corre nas veias diariamente e que é Nossa (dos Picarotos), já não é algo fácil de digerir, mas ser Picaroto e não poder usufruir do privilégio de ser "Amigo" da minha Montanha, provocou-me uma autêntica gastroenterite.
      Chegou a hora de visionarmos o vídeo obrigatório de segurança de 3 minutos. Para quem não conhece a Montanha do Pico, pode transmitir alguma segurança... Na parte de propaganda do processo de resgate em caso de acidente, fiquei sem perceber se o Sistema de Informação era o tão badalado SIRESP... mas pelo sotaque da senhora da Central Telefónica deduzo que seja um Sistema mais eficaz da Proteção Civil Regional... Tudo OK até aqui... Tudo TRANQUILO!
         De repente... toda a MotoExpedição morreu! Retiraram-me o sonho de chegar na minha KLR ao topo do Pico com a minha Família... No vídeo informaram os presentes que é expressamente proibido subir de bibicleta ou de moto!!! Fiquei "fulo"! Invoquei Sua Majestade a Montanha para me acalmar! Decidimos escalar a Montanha a pé... Contudo, o "vazio legal" que o vídeo nos deixa, no que diz respeito às viaturas de 4 rodas (e conhecendo bem a Montanha), ficou o sonho de programar uma Expedição no Audi 80 do meu querido Pai... Com jeitinho chega lá!



         P.S.- Alguém me sabe explicar a lógica do posicionamento dos novos postes de orientação ao topo da Montanha? A localização dos antigos postes (pilares) que a sabedoria e experiência dos nossos avós construíram, tinha uma regularidade e uma coerência de geolocalização. Apresentavam uma distância entre si de aproximadamente 100 metros e tinham um alinhamento... A subida era feita aos "ziguezagues" e orientada pelo alinhamento dos postes. No meio do "nevoeiro" (que por vezes é cerradíssimo), sempre que chegávamos a um poste, sabendo onde estava o anterior e alinhando-o com o que estava próximo, facilmente prevíamos onde estava o poste seguinte! Também estavam sempre colocados em pontos altos e visíveis, enquanto os atuais se encontram por vezes escondidos. Hoje, escalamos a montanha aos "ziguezagues" e desorientados, não fosse a erosão dos trilhos marcados pela passagem de centenas de pessoas diariamente. Um outro pormenor dos atuais "postes de desorientação"... No topo de cada poste foi agrafado uma espécie de fita refletora. Se é refletora seria suposto refletir a luz... ou é para comemorar o nosso orgulho nacional pela conquista do Europeu de Futebol do ano anterior (verde e vermelho)?


        
        

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Viagem Em Busca da Minha Essência


      "Quem Sou Eu?"... A vida é uma busca constante por respostas a esta autoquestão!  Encontrar-me e descobrir a minha posição no Universo é o talismã para saber "Para Onde Vou?". A descoberta contínua da minha essência só é possível quando viajo até às minhas origens e procuro respostas sobre "De Onde Venho?". Quanto mais viajo pelas minhas raízes, melhor compreendo o verde visível da copa da minha árvore e mais do meu destino é desvendado!
        Recentemente tive de fazer uma viagem relâmpago à Terra que me viu nascer: Nova Iorque. Após solicitação nossa, os "US Citizenship and Immigration Services" marcaram uma entrevista em Nova Iorque para a obtenção da cidadania americana por parte das minhas filhas. Tivemos o prazo de um mês para preparar toda a documentação, marcar viagens e programar toda a visita. A História e a essência da "Família Rosa" estão intimamente ligadas aos Estados Unidos da América. Este Grande País será sempre a "Terra dos Sonhos" para muitos de nós. Esta minha viagem, 20 anos depois (desde a última vez), foi uma das maiores travessias que já fiz pelas minhas raízes...
Meus Avós
        Atualmente vivo em Marinhais, Salvaterra de Magos (Portugal Continental). Comparo-me àqueles craveiros aéreos pendurados à porta de casa, que sobrevivem sem terem as raízes conectadas à Terra. As minhas raízes terrenas estão encrostadas no basalto da Ilha do Pico. Por terras do Ribatejo, busco os meus sais minerais nas minhas memórias, nas minhas ações diárias, nos gestos das minhas filhas... Em todas elas encontro os meus pais, os meus avós, os meus bisavós... e toda uma Família que me deu origem! São eles a razão da minha caminhada de vida!
        Dia 25 de Abril, Dia da Liberdade, pelas 4 da manhã, saímos de casa (Marinhais, Salvaterra de Magos) rumo aos EUA. Objetivo nº1: Conseguir a Cidadania Americana para as Minhas Filhas; Objetivo nº2: Encontrar-me com o Meu Querido Avô e deixar-lhe a companhia da sua esposa (Minha querida Avó Conceição) dos seus filhos, dos seus netos e da sua Mãe (minha Bisavó Madalena). Objetivo nº3: Estar com familiares e assim mais perto de todos os que já partiram; Objetivo nº4: Dar a conhecer às minhas filhas a "DreamLand" que faz parte das suas Essências (em especial: a "Liberty Island"/Phyladelphia e os valores que sustentam a Constituição Norteamericana; Ellis Island, primeira paragem para o meu Bisavô Alferes; Manhattan; Yonkers, NY (Minha Terra Natal). Teria de regressar dia 30 de abril com esta grande missão cumprida... A ansiedade era muita... Sabia que me descobriria e que emocionalmente muito iria mexer...
       5 da manhã (25 de abril), ao chegar de carro ao Aeroporto de Lisboa e ainda na A1 (sentido Norte-Sul), uma enorme estrela cadente rompia os céus, deixando nos céus um rasto de luz extraordinária. A minha filha mais nova dormia e não assistiu a tamanho espetáculo, mas a minha filha mais velha e esposa ficaram, tal como eu, maravilhadas. Uma voz ecoou na minha mente dizendo: "Rui, não te preocupes... a tua missão será cumprida!". Não acredito em almas de outro mundo... Acredito sim em todos os antepassados que vivem dentro de mim... Apesar de pensar que ainda estaria longe de atingir o Objetivo nº2, de alguma forma senti-o muito perto!
       13h00 aterrava no aeroporto de Newark,,, A simpatia e profissionalismo dos guardas alfandegários é algo que nos conforta... Há 20 anos o meu querido Tio Fernando nos aguardava (a mim e à minha esposa) nas chegadas... Neste ida, já não está entre nós... Está com o meu avô!
"O´Donoghue´s Bar", um dos muitos bares de Nova Iorque
 que em 1987 eu distribuia cerveja
        Dia 26 abril, 5 da manhã... Estávamos a tomar o pequeno almoço... Dispara o alarme de evacuação por incêndio. Pegámos nos documentos e descemos do 4 piso... Polícia e Bombeiros passada 1 hora, tinham a situação controlada. Tudo se processou sem incidentes. Iniciava assim o nosso 1º Dia de Visita a Manhattan ("the city that never sleeps")... Viajei de repente até ao Verão de 1987... Trabalhava para o "Big Apple Beer Distributor" e acompanhava Norton, um simpático irlandês de cabelo grisalho a distribuir cerveja num camião desde os mais chiques restaurantes e pubs das ruas que cruzam a 5ª Avenida até às difíceis "bodegas" da 8ª Avenida. Logo nas minhas primeiras saídas, depois de carregar o "trolley" com 7 caixas de "Budwiser" e preparar-me para descer um dos alçapões da 8º Avenida, um fulano perguntou-me se podia levar uma caixa... Com a minha irreverência dos 16 anos, ia armar-me em "macho-man"... Norton apenas olhou-me e disse-me. "Deixa-o levar..." Não percebi... mas respeitei a opinião daquele grande senhor de cabelo grisalho. Depois do fulano levar a caixa, ele olhou-me e disse: "Rui, a tua vida vale muito mais do que uma caixa de cerveja". A partir daí e durante as nossas viagens do Bronx até à Big Apple contara-me muitas das suas vivências nas ruas de Nova Iorque... É uma grande cidade de contrastes... Nalgumas ruas e a certas horas, temos de recorrer aos nossos instintos de sobrevivência... Noutras ruas voamos e viajamos pelos nossos sonhos!!!

Memorial 9/11
        Dia 27 abril... Começámos por visitar o Memorial 9/11. Há 20 anos estive com a minha esposa encostado a uma das torres para tirar uma fotografia na direção dos céus... Hoje é arrepiante ver o memorial e todos os nomes que pereceram... É arrepiante ver as cascatas que caem das paredes dos  2 quadrados de implantação das Torres e escorrem para o centro dos mesmos, desaparecendo terra adentro. Chegados à Liberty Island fizemos um tour com audioguia... A História da Estátua da Liberdade, os valores e fundamentos da América, um Mundo formado por povos de todo o planeta... Ao acompanhar o audioguia, olhava a serenidade do rosto da Estátua, imaginava as "Twin Towers" lá ao fundo (onde hoje se ergue o Memorial 9/11) e como o ser humano pode ser tão cruel... Imaginava o meu bisavô a chegar de uma fatídica viagem pelo Atlântico e a ver esta linda Senhora de verde a dar-lhe as boas vindas e a dar-lhe a esperança de que ele necessitava. De seguida desembarcámos em Ellis Island...
a Ilha onde os barcos transatlânticos acostavam para o registo dos imigrantes do Novo Mundo. 1909, o meu querido bisavô (José Furtado da Rosa) pisava esta ilha com o seu irmão. Eu não consegui conter aquela lágrima. Passado mais de um século parecia estar eu a revivê-lo... Senti-me como se já tivesse passado por isto antes... Uma sensação estranha, mas tão boa! Através do audioguia percorremos todo o trajeto de registo, de exames e inquéritos a que o meu bisavô foi sujeito... Emocionalmente mexeu muito connosco os 4! Encontrara-me com o meu bisavô!
       Dia 28 abril (6ªF)... 7 da manhã demos entrada no USCIS de Nova Iorque. Logo de seguida ouvimos chamar pelos altifalantes "Da Rosa Family". A entrevista estava marcada para as 8 horas, mas fomos atendidos por uma Oficial do USCIS de Nova Iorque uma hora antes. É uma senhora extraordinária, que acompanhara todo o nosso processo desde o início... Agradecemos termos sido
logo atendidos e ela respondeu-nos "Vocês vieram de muito longe, tinham de ser os primeiros a ser atendidos"... Pôs as nossas filhas à vontade e conversou um pouco com elas... Eficientemente oficializou toda a buracracia necessária... Fomos encaminhadas para outra sala com um pulpito e a bandeira norteamericana, A sala rapidamente se encheu de outras pessoas... Entregaram à Filipa uma Bandeira, o Hino e Documentação sobre os valores desta Grande Nação... Um Oficial subiu ao pulpito e ajudou a Joana (como é maior de 16 anos) a jurar bandeira! No final todos os presentes bateram palmas, num momento de muita emoção para todos nós.
EUA - Início Séc. XX
Meu bisavô (à direita) e seu irmão
É incrível... 1909, meu bisavô buscava sonhos... Trabalhou alguns anos na América, regressou ao Pico e comprou muitas terras ("Debaixo da Rocha" é um desses locais) para que o Pão não faltasse mais à sua Família (legado da Família "Alferes"). Casou-se com a minha bisavó Madalena, tiveram 10 filhos... Em 1931 e aos 40 anos de idade faleceu a minha bisavó (31 agosto - dia que haveria de partir o meu avô, seu filho). Doze anos a seguir seria a vez de partir o meu bisavô. Deixavam 10 filhos órfãos... Lutaram pela sobrevivência, desbravando o difícil solo basáltico que o seu Pai deixara. A vida fora difícil... 1965 meus avós (meu avô era um desses 10 irmãos), já com 4 filhos, procuram a "Terra dos Sonhos". Mais uma vez são bem acolhidos... Com muito trabalho, vêem rapidamente o fruto desse trabalho. Os meus queridos pais casam... Eu tenho a sorte de nascer na "Terra dos Sonhos". Quando eu fiz os 6 anos de idade, meus pais regressam à terra onde estão suas raízes (Ilha do Pico)... Sinto o Basalto e a Terra... Sinto-me conectado com a Terra... É ali que realmente sinto que vivem as minhas raízes... Meus pais lutam para dar aos filhos a vida que nunca tiveram... Dão-lhes um curso... Dão a
Os 7 irmãos num dia de trabalho com o seu
avô (meu trisavô) ao centro. Faltam na foto as 3 irmãs.
O Meu avô é o 4º a contar da direita para a esquerda.
oportunidade de exercerem uma profissão com vocação... Contudo, hoje, gostaria de ter a certeza de que um curso seria sinónimo de bem estar para as minhas filhas... Infelizmente, vejo-me inundado pelos sentimentos que o meu bisavô sentiu em 1909... Que o meu avô sentiu em 1965... Estamos em 2017... Será que este País tem condições para a prosperidade das minhas filhas no futuro??? Não sei... Por tudo isso, levou-nos (eu e a minha esposa) a abrir mais uma porta para a vida delas... a porta da "Terra dos Sonhos"!
       À saída da USCIS junto à Broadway ("downtown") dirigimo-nos a uma "Starbuck´s" para comemorar o momento... Ao beber um gélido chá, a minha aurícula direita entrou em fibrilhação... A insuficiência cardíaca leva-me a pouca oxigenação do cérebro e dificuldade em manter-me em equilíbrio. Desde que fui operado há cerca de 6 anos, as coisas têm estado estáveis. Tinha conseguido atingir os Objetivos 1 4... Teria de ter energias para completar o Objetivo 2 e concretizar o 3. Não podia a fibrilhação ter esperado uns dias??? Sabia que no dia seguinte iria estar com o meu avô... Recordava o seu enfarte do miocárdio em 1984, quando visitava os seus dois filhos que ainda estavam nos Estados Unidos e que o levou à sua última morada. À noite fui jantar a casa do meu querido primo Nick. Estar com ele, com os filhos, com a sua esposa e minha tia Pamela, levou-me a sentir-me, mais uma vez muito próximo de meu avô e em especial de meu Tio Fernando, seu Pai. Foi mais um momento muito especial em busca da minha essência!
        29 de abril de 2017... A fibrilhação auricular não me deixara descansar... A sensação de "perder os sentidos" continuava... Mas, todas as emoções que vivia a cada minuto ajudava-me a ultrapassar esse problema. Atravessámos a Ponte de George Washigton, rumo a Yonkers, mesmo ali encostada a Norte de Manhattan. 1ª Paragem: Tibbets. Na minha cabeça ainda ecoam as vozes dos meus pais, dos meus tios e padrinhos, as vozes dos meus primos, as vozes dos meus avós, naquelas reuniões familiares de fim de semana neste magnífico parque. De seguida passagem pela casa onde vivi... Pela Escola (Kindergarten e 4th grade) e Igreja que frequentei, pelo Hospital onde nasci, pelas ruas por onde passei na minha infância...
       Aproximava-se o momento do encontro... Conduzi até ao St Mary´s Cemetery. Entrei com o
carro e estacionei... Caminhámos à procura de meu avô, sabendo mais ou menos a sua localização. Aos primeiros passos, a Filipa que ia à nossa frente, descobriu logo a sua última morada. É incrível como ela foi logo lá ter. Não consigo descrever sentimentos! Passados 20 anos desde a última vez que o visitei, nunca pensei poder fazê-lo! Construí uma caixa em madeira e no seu interior coloquei uma foto das pessoas que lhe eram mais queridas (Esposa, Filhos e Netos). Coloquei também uma foto de sua Mãe, pois nunca tivera a sorte de se recordar dela viva (faleceu muito nova) nem de ver uma foto sua (esta foto só há alguns anos é que foi descoberta nos Estados Unidos pela minha querida Tia Sãozinha). Dentro da caixa deixei uma carcaça de "ouriço do mar", como recordação de todos os grandes momentos que passei com o meu querido avô "Debaixo da Rocha" a pescar às vejas. Deixei também uma concha de "lapa burra" que apesar de não estar viva, as suas cores transparecem vida pela eternidade (o ouriço e a concha foram apanhados numa das poças com maiores recordações para a Família Alferes no local de "Debaixo da Rocha"). Junto à caixa coloquei-lhe um ramo de rosas por cada um dos seu 9 netos que representam a sua Família. Queria que aquele momento fosse eterno. Não queria partir... De alguma forma senti que o deixei com um pedacinho de cada um de nós! Hoje, mais do que nunca sinto-o bem presente! Ao sair do cemitério a minha fibrilhação auricular passou repentinamente... Coincidências!!!???
1903 - Minha Bisavó Madalena
com 12 anos de idade e seus pais.
Muitas semelhanças físicas com a
minha filha de 12 anos (comparar
com foto anterior).

     À noite fomos jantar com minha prima Linda. Foi mais um momento muito importante. Prepararam um jantar de requinte e de brinde a todas as raízes que nos unem.
        Dia 30 de abril... Dia de regresso a Portugal... Ainda havia tempo para enriquecer o cumprimento do Objetivo nº4. Sobravam 5 horas... Conduzi até ao Estado da Pennsylvania e à cidade de Phyladelphia para verem o Sino da Liberdade e da Independência... No dia 4 de julho de 1776, para comemorar a independência dos Estados Unidos da América, tanto tocou que uma fenda abriu no seu metal!!!
         Nestes dias encontrei muitas respostas para conhecer o ser que sou! Viajei imenso pelas minhas raízes! Olho em frente e vejo muito mais além, mapeando muito melhor parte do caminho que me falta percorrer... nesta caminhada da Vida.
  

segunda-feira, 6 de março de 2017

O Farol Que Nos Guia Pela Eternidade

        O meu BI diz que nasci a 19 de junho de 1971... Na verdade, tenho andado por cá desde os primórdios do ser Humano (ler http://serounaoserverdade.blogspot.pt/2011/12/memoria-genetica-apenas-existe-morte.html) ... Sou apenas mais uma manifestação física de muitas características que cunharam a hereditariedade de uma Grande Família, contudo, tal como todos os "Eu"(s) que nos deram origem, somos sempre seres únicos!
        Alguém acendeu a chama de um Farol há muitos milénios atrás e os meus antepassados passaram o testemunho de geração em geração para manter aquele Farol a iluminar as gerações vindouras... Agora cabe-me a mim ser Faroleiro... Cabe-me a mim ensinar a arte de marear às minhas filhas para partirem, aos poucos, à conquista do "Mar Alto", em viagens cada vez mais longas, até ao dia daquela Grande Viagem da vida delas...
         Penso e sinto que a essência e o nosso grande desafio de Vida é criar todas as condições para que os nossos filhos sejam felizes, que tenham uma vida melhor do que a nossa e que um dia mantenham o Nosso Farol aceso! Quando digo Nosso, é porque aquele Farol não me pertence... Eu estou apenas de passagem... Olho para os meus cabelos brancos que não param de aparecer e vejo o tempo a fugir... Tudo está a passar depressa demais... Penso que cheguei à grande encruzilhada da minha vida... Por um lado tenho de manter a Chama Acesa daquele Farol para iluminar as minhas filhas... Por outro quero muito abraçar os meus queridos pais e tocar aquelas lindas notas da Música da Vida,..
        Hoje tive a necessidade de rever o pequeno filme "O Farol" de Po Chou Chi... Até há muito poucos anos desconhecia-o, contudo desde pequenino é como que... se a minha mente o rebobinasse e colocasse em modo "play", sobretudo à noite quando me deito... Sempre que o meu querido Pai e a minha Querida Mãe me colocavam naquele pequeno barquinho, para mais uma pequena incursão pelo Mar da Vida, e olhava a luz daquele Farol para me guiar, sentia-me feliz, mas com o sentimento que caminhava para aquela encruzilhada que todos passam por ela (se tiverem a sorte de viver uma vida inteira).  Desde o me ensinarem a caminhar... Aquele clarão era aquele AMOR incondicional do meu Querido Pai e da minha Querida Mãe e de todos os meus Antepassados... Fui crescendo e as viagens a crescer comigo... 
        1991... De repente vejo-me no "Cruzeiro do Canal" no Porto de Embarque da Madalena do Pico a caminho do Faial, para apanhar um voo e ir estudar para Lisboa... Manter a chama do Farol acesa é partir... Eu não queria, mas a lei da vida assim o obrigava! Meti os meus óculos de sol, deixei as lágrimas saírem... À saída da doca acenava as meus queridos pais e irmã e eles acenavam-me de volta. A dor da partida era enorme, ao vê-los ficar pequeninos pela distância. Tantas outras partidas a reviver aquele momento de dor... Só me recordo de uma bela frase de meu Pai quando terminei o curso "Doeu, mas Valeu!". Por vezes fico na dúvida, mas sei que aquela Chama do Nosso Farol ficou mais Forte e continuo com o seu testemunho, com a minha querida esposa e queridas filhas!
        Hoje, continuo a ter de partir... São as partidas e chegadas da encruzilhada da Vida! A Vida não nos confere tudo aquilo que desejamos. Na Verdade Ela ensinou-me a ver e a estar grato por tudo o que Ela me deu! São as coisas que tenho! Os janeiros ensinaram-me a não ver nem pensar nas coisas que não tenho! Nesta minha encruzilhada de vida o que realmente conta é a chama deste Lindo Farol que nos une... É esta chama que me guiará na encruzilhada! "Todos nós somos ilhas. A amizade (e o AMOR) é o Mar que nos une"! (Natália Correia).



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

"A Motivação Vem de Dentro..."

        Cada Ser Humano é único... É-lhe atribuído um pedacinho de mundo à nascença e só ele terá o poder para o transformar... Ser Pai, ser educador é, antes de qualquer acção, reconhecer esta concepção extraordinária da nossa Mãe Natureza! Educar uma criança é levá-la a descobrir a magia que há em si e a procurar o seu "pedacinho de mundo"!
        Levar cada criança ou jovem a descobrir onde reside a sua fonte de motivação é uma luta diária... Enquanto professor, pedem-me para motivar os meus alunos... Poderei ser inspiração, jamais serei motivação... Esquecem-se que a motivação conquista-se de dentro para fora e nunca de fora para dentro... De que servirá eu fazer o pino na sala de aula, se aquele aluno nunca conheceu o sabor da vitória resultante do seu suor, trabalho e esforço??? De que me servirá ser sempre afável, se o aluno não conheceu o poder da auto-disciplina para conquistar seus sonhos??? De que servirá facilitar a vida ao aluno, se este nunca se sentiu forte ao erguer-se sozinho quando a vida lhe passou uma rasteira (poder da resiliência)????
        Ser educador é ensinar as pessoas a conseguirem se motivar a si próprias. Gerimos acordos e não pessoas. Tentar gerir o comportamento e as emoções dos outros, leva-nos quase sempre a grandes níveis de ansiedade e frustrações. Com base em princípios, em valores humanos... tudo começa a fluir, desde que diariamente se dê sempre o exemplo. Trabalho diariamente com colegas e encarregados de educação que são uma inspiração para as nossas crianças e jovens e bem sabem que "Não podemos mudar os outros. Temos de ser a mudança que desejamos ver neles" (Ganhdi).

        Aqui fica uma frase de uma aluna da EB2,3 de Marinhais (desta semana no Facebook) e o vídeo de outros grandes exemplos de pessoas brilhantes que descobriram o seu pedacinho de mundo e a motivação para o transformar. Poderão ter buscado inspiração em alguém, mas a motivação partiu de cada um dos seus corações!

        "Mãe, este ano sinto mais feliz, mais segura com a vida. Chego da escola feliz - até tu Mãe notas isso que estou muito mudada. Quero agradecer a todos os professores pela ajuda e confiança que têm me dado. Mãe, também quero te dizer a ti e ao Pai que vos amo muito. Obrigada por tudo Mãe."